Gritar
Apetece-me gritar para poder libertar(-me).
Seria uma bomba atómica que libertaria tudo em segundos. O nosso mal é a opressão do grito, sendo o mesmo associado ao sofrimento, esquecemos que a manifestação sensorial se dá num grito de segundos.
A última vez que olhei as horas eram 06:38h. Lágrimas escorrem para limpar a tristeza que chega com memórias nostálgicas da melancolia. Custa-me sentir tanto, amo sentir, porque sinto-me viva, mas tanta vivacidade sensorial retira-me por vezes a vitalidade. Faz parte, aceito, reconheço e agradeço.
Tenho a vida nas mãos, e sinto que o malabarismo que faço com ela, me deixa sempre numa espiral. A espiral talvez deriva da memória que o meu corpo carrega mas que não relembra, ou não permite a mente relembrar. Mas, as espirais são parte do meu todo, desta minha estrutura que oscila e graças a isso, permite a circulação do movimento, ou tento.
Sinto que ter a vida nas mãos é extremamente perigoso, sempre que a deixo cair, cai sempre uma parte de mim. Oh vida, oh Gaia, dá-me forças para lidar comigo. Sei que é necessário sentir para a resiliência nutrir, mas, foda-se.
Mas que existência caótica, intensa, surreal, uma bebé com tão mais a aprender e a sentir. Amo tanto esta existência mas tenho tanta pressa de existir um pouco mais todos os dias, porém, a mente tenta sempre a desistência... A mente ou o ego (?) Descodificar-me e quebrar os padrões é doloroso mas tão saboroso. Ser quem sou, mas ser mais daquilo que acho que me limita a mim própria de ser... parecer... querer... agir.
Não há sentido para o meu ser, a não ser o próprio sentido a que me permito ter. Tenho que me permitir mais.
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