Loba, regressa.


 Loba, onde foste?

Onde fui?

Onde fomos?

Incertezas, ânsias, angústia, culpa, tanto medo tanto transtorno e tamanha tristeza.

A tristeza é persistente, ocupa demasiado espaço em mim.


Fome da vida, fome de mim, fome da minha vida

Minha vida, que faço eu 

Já soube e agora não sei mais quem sou eu

Múltiplas de mim que nenhuma restou

A menina de luz deixou cair a luz

A menina independente deixou o medo tomar a frente


A menina do amor tem o medo da dor de todos os amores, o mais tremendo é o seu. Tanto medo de se amar a si, que resta de ti se não amares-te? Não sei amar-me. 


Ou serei eu nada mais nada menos do que uma máscara que esta menina suporta?

Sou o cansaço da mulher que abriga a menina.

Cansada estou de ti, minha menina.



Não te cuidaram e agora não te sei cuidar.

Lamento.

Loba, regressa, sem ti não tenho sustento.

Serei apenas eu no meu sentir?

Não sei mais onde ir

Devo ir dentro, estou bloqueada

Tenho medo, estou cansada.

Tenho raiva, não a sei sentir.


Tenho sono, mas não consigo dormir.


Dá-me colo, fica em silêncio comigo.


Loba tenho medo. 


Loba tornei-te a minha mãe interna.


Regressa a mim, preciso de ti.


Abriga a menina que ainda está com tanto medo, para a mulher que habita nela não perder mais tempo de vida a sobreviver e poder finalmente viver.


Mãe, quero regressar ao teu ventre e repousar eternamente.

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