A Âncora da Melancolia
A ciência está em saber ser presente. Saber oferecer este silêncio quente como a fogueira simbólica que encontro na pequena vela da mesa. Visualizo a queima dos pesos que carrego atrás. Aceitar a realidade como ela é - é controverso, paradoxal, pois as realidades divergem consoante a lente e bagagem que trazemos. Aceitar a realidade como ela é ou (re)construir a realidade como somos?
Permitir a navegação fluída, notando os obstáculos mas desviar e enfrentá-los. Refazer-me em cada passo e mesmo sem sentido, ergue-se um sentido interno pronto para ser emergido do oceano da minha percepção. Mas, há que notar o bloqueio, o padrão a que o mesmo me leva - Liberto-o aqui e agora:
As tuas escolhas levaram-me até aqui, mas as minhas fizeram de mim o que sou, deixa-me ser, deixa-me permitir a Ser, sem querer que tu o reconheças. O reconhecimento de mim mesma é mais poderoso do que aquele que não controlo.
Permito reencontrar-me com a minha força no âmago de mim própria, a calma e a transparência que apesar das minhas falhas, sei que as mesmas levam-me num caminho que já está a acontecer. A lógica ou as razões levaram-me até aqui, não posso continuar a ter estas âncoras que sufocam, necessito da clareza e não do sufoco. As inseguranças são as feridas de um passado que não está mais a acontecer a não ser por dentro, bem presente na mente e no corpo mas é no espírito que encontro a elevação dos fenómenos carnais desta realidade metafísica que apenas é tão real quanto eu a permito ser.
Eu escolho elevar e superar os meus bichinhos e transmutar a realidade.
Eu relembro,
Eu aceito,
Eu abraço,
Eu prossigo,
Eu agradeço.
A escolha sempre pertence à mente. O coração encaminha e o espírito comanda. Segue sem medos, mergulhos profundos em mares desconhecidos trazem cores e formas novas.
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